Figueira da Foz

Figueira da Foz filma achados arqueológicos para “memória futura”.

01 jun 2019 min de leitura
 

 
 

Vestígios arqueológicos do século XIX, descobertos durante uma empreitada de obras na Figueira da Foz, vão ser filmados esta quarta-feira, para memória futura, revelou hoje a câmara municipal deste concelho.
“No âmbito de empreitada em curso, vai ser alvo de filmagem, amanhã, 29 de maio, pelas 10:00, para memória futura, a Galeria Subterrânea encontrada na rua São João do Vale, uma conduta de transporte de águas limpas para abastecimento”, refere a autarquia em nota divulgada hoje.
A conduta já havia sido encontrada, em 1988, na Rua da Clemência e objeto de trabalhos arqueológicos levados a cabo por Isabel Pereira, à data Conservadora do Museu Municipal Santos Rocha.
Em 1994, durante o acompanhamento arqueológico das obras de instalação da rede pública de gás natural, acedeu-se ao seu interior por uma caixa de visitação existente na rua de São João do Vale. A partir deste ponto percorreram-se 45m para norte (atingindo o limite) e 100 m para sudoeste. Na rua das Mercês, apareceu a face exterior da abóbada.
As obras agora em curso, no cruzamento da rua da Restauração com a rua dos Combatentes, puseram a descoberto uma galeria que desce a rua dos Combatentes e que já havia sido referenciada nos trabalhos de 1988.
“A galeria tem aproximadamente dois metros de altura e um metro de largura. As paredes e a cobertura em abóbada são em pedra. A conduta de águas limpas corre ao longo da parede do lado esquerdo no sentido descendente e é suportada por pilares que a elevam. Esta conduta é em pedra com cobertura em tijoleira e tem, pelo menos, dois respiradouros”, relata a autarquia figueirense.
Segundo a mesma fonte, “crê-se que a nascente esteja na Mata de Santo António onde existe uma fonte e também é plausível que o abastecimento fosse feito a partir do poço-cisterna que existe na rua do Hospital, antiga rua da Cerca, no cruzamento com a rua de São João do Vale”.
Atualmente, a galeria do Vale entronca num aqueduto que desce a rua dos Combatentes, mandado construir pelo município em 1801 para sanear a Rua e a Praça Nova, que cortou a galeria do Vale, anulando a sua função primordial de abastecimento de água, integrando-a no sistema de saneamento do qual ainda hoje faz parte.
“Continua assim por conhecer a parte terminal da galeria do Vale, que, de acordo com Pereira (2005), devia conduzir a uma fonte, possivelmente para abastecimento dos navios”, refere a autarquia.
A obra, está a ser acompanhada pelo arqueólogo contratado pela autarquia, Ricardo Nóbrega.
Os achados, embora não colocam em causa a continuidade da obra, “pois apenas criam alguns desafios ao seu calendário, representam um ganho de conhecimento da história local e até nacional, dado que só se conhece a existência de estruturas desta natureza em Lisboa e no Porto”, refere a câmara.
“O registo, através de todos os meios disponíveis, cartográficos, topográficos, fotográficos e vídeo, é de extrema relevância para o estudo e preservação destes achados”, conclui a autarquia.

 


Fonte : asbeiras














 
Fonte : asbeiras

Figueira da Foz
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